Na manhã desta sexta-feira, 10 de novembro, a União Geral dos Trabalhadores (UGT), em unidade com as demais centrais sindicais, promoveu o Dia Nacional de Mobilização.
Em São Paulo, cerca de 20 mil pessoas, entre trabalhadores, sindicalistas, dirigentes e representantes de movimentos sociais e da sociedade civil, se reuniram na Praça da Sé para manifestar sua indignação em relação à nova lei trabalhista (que entra em vigor amanhã), contra o desmonte da Previdência e contra a tentativa do governo de alterar o conceito e a fiscalização do trabalho escravo.
“Chamamos este evento de ‘marcha da indignação’ especialmente em relação a uma série de artigos da reforma trabalhista que tiram direitos e precarizam a relação capital/trabalho”, disse Ricardo Patah, presidente nacional da UGT e do Sindicato dos Comerciários de São Paulo.
“Embora a lei passe a vigorar amanhã, vamos continuar em busca do diálogo para reverter alterações feitas em itens como a criminosa permissão para que mulheres grávidas trabalhem em locais insalubres, o trabalho intermitente, a terceirização generalizada, o fim da homologação com assistência dos sindicatos, o acordo individual que passou a ser permitido, o custeio do movimento sindical, entre outros. Não queremos greve nem paralisações. Queremos diálogo. A reforma trabalhista não vai gerar nenhum emprego. O que gera emprego é uma reforma tributária, uma reforma do Estado e o fim da corrupção”, complementou Patah.
Segundo o dirigente, alguns itens da nova lei trabalhista são tão ruins ou estão tão incertos, que vários tribunais do Brasil suspenderam por 15 dias os processos para tentar entender como julgá-los. “Precisamos construir algo equilibrado. Essa reforma é essencialmente empresarial. Não tem nenhum artigo com foco social e ainda quer exterminar com o movimento sindical brasileiro, que acabou com a ditadura, com a inflação e construiu a política do salário mínimo. Não existe democracia sem um sindicalismo forte.”
Patah falou, ainda, da atitude do governo em fazer vistas grossas para que não haja fiscalização ao trabalho análogo à escravidão e sobre a reforma previdenciária “que vem aí para tirar mais direitos dos trabalhadores. Não podemos permitir. Precisamos nos unir e utilizar nossa maior arma, que é o voto. Ano que vem há eleições. Precisamos eleger candidatos que prezem pelos direitos dos trabalhadores”.