O enfrentamento à reforma da Previdência proposta pelo governo e a retomada da política de valorização do salário mínimo devem dar o tom aos eventos comemorativos ao 1º de Maio. Tais posicionamentos se fazem necessários por que, se aprovada, a reforma da previdência vai obrigar homens e mulheres a trabalharem mais para ganharem menos, caso chegue a se aposentar um dia. Por isso, estamos coletando muitas assinaturas para o abaixo-assinado nacional contra esta reforma. O aumento real ao salário-mínimo deixou de ser dado pelo governo, quando este retirou as normas que garantiam a recomposição de perdas ao Piso Nacional. Além destes dois pontos, outra questão deve ser ressaltada nos congraçamentos do Dia do Trabalho: a Medida Provisória (MP) 873, que comprometeu os recolhimentos das contribuições aos sindicatos.
Unir esforços
Este 1º de Maio, portanto, agrupa todos os motivos para o movimento sindical unir esforços e impedir novos retrocessos na relação capital e trabalho. O momento exige estas e outras reflexões. O Brasil tem outras formas de sair da crise econômica sem acabar com as aposentadorias. Não precisa acabar com a distribuição de renda e estancar a retomada do crescimento econômico sacrificando cerca de 45 milhões de brasileiros que vivem do salário-mínimo, negando a eles aumento real. As entidades sindicais, sempre abertas ao diálogo, apresentaram-se como amistosas negociadoras com o governo, mas este decidiu, por meio de MP, asfixiar suas finanças quando impede os descontos das contribuições em folha de pagamento.
Empunhando estas e outras bandeiras, mais do que nunca, o Dia do Trabalho se constitui como a hora certa para reafirmarmos as nossas reivindicações, como geração de empregos formais e defesa dos direitos trabalhistas e previdenciários. A data nos une e nos potencializa, ainda mais, contrariando assim os anseios do governo que pretende nos enfraquecer. Engana-se. Somos comerciários. Somos de luta! Feliz 1º de Maio.
Márcia Caldas
Presidente