Começou na manhã desta quinta, 28 de setembro, o 26º Congresso Sindical Comerciário, realizado até sexta pela Federação dos Comerciários do Estado de São Paulo em seu Centro de Lazer em Praia Grande. Na abertura, dirigentes comerciários e de outras categoriais elogiaram o presidente da Fecomerciários, Luiz Carlos Motta, coordenador geral do congresso, pela liderança da categoria, pela realização do evento e pela escolha do tema: “Sindicalismo pós-reforma trabalhista – reagir, resistir, reorganizar”.
Mais de 500 congressistas lotam o auditório para ouvir palestrantes especialistas no tema: o economista Antonio Corrêa de Lacerda, a consultora sindical Zilmara David Alencar, o líder sindical Lourival Figueiredo Mello, os jornalistas Audálio Dantas e Irineu Toledo, o advogado trabalhista Hermano Moura e o deputado federal Arnaldo Faria de Sá.
O congresso foi aberto oficialmente pelo coordenador executivo Walter dos Santos, presidente do Sincomerciários de Guarulhos, e o presidente Motta encerrou a fase de discursos. Antes, teve a composição da mesa de trabalhos, a execução do Hino Nacional e a exibição de um vídeo institucional da Fecomerciários.
Walter dos Santos disse: “É motivo de orgulho participar desta 26ª edição como coordenador executivo. Agradeço a confiança. Esse palco é um símbolo de luta dos trabalhadores. Teremos aqui, hoje e amanhã, palestrantes com muito conhecimento sobre o tema do evento, a reforma trabalhista”.
Motta, por sua vez, depois de cumprimentar todas as lideranças e os comerciários e comerciárias presentes, assim como os palestrantes, “por virem aqui nos passar um pouco de seus conhecimentos”, aproveitou para cobrar aumento de salário justo para a categoria, que está em campanha salarial:
“A parte patronal oferece apenas o reajuste da inflação, o que não é justo. Merecemos mais, merecemos um aumento real. Juntos, podemos convencer o lado patronal da importância de um aumento justo para todos os comerciários do Estado de São Paulo. O mundo mudou e os patrões precisam mudar também. Se não querem dar um aumento real, podem então dar convênio médico, por exemplo, e outros benefícios”, disse o presidente da Fecomerciários.
Entre as falas de Walter dos Santos e do presidente Motta, várias lideranças sindicais discursaram. Confira os que eles falaram:
Discursos
Vereador Charles Fernandes, presidente do Sincomerciários de Cruzeiro: “Quero deixar uma reflexão nesse momento tão difícil que os trabalhadores estão passando. Vamos ocupar a política em 2018. Vamos lembrar de todos os deputados que votam contra os trabalhadores vamos votar em lideranças que nos representem”.
Vereadora Márcia Caldas, presidente do Sincomerciários de São José do Rio Preto: “A Federação tem feito muitos encontros para preparar os comerciários para o que está por vir com as reformas. Como vereadora, quero dizer que precisamos vencer as adversidades e eleger, em 2018, representantes em todo o Estado que estejam à altura dos comerciários paulistas. Precisamos ocupar os espaços que são nossos”.
Vereador Amauri Mortagua, presidente do Sincomerciários de Tupã: “Esse congresso só terá seu objetivo atingido se sairmos daqui com força para lutarmos pelos direitos dos trabalhadores. Precisamos ser os condutores dessa resistência. Precisamos resistir a essa reforma trabalhista e não deixar passar a reforma da previdência. Vamos nos mobilizar para sermos o pesadelo daqueles que querem tirar nossos sonhos”.
Alexandre Manzoni (PTB), vereador da cidade de Ariranha: “Ressalto a liderança e o dinamismo do presidente Motta. Numa época em que o sindicalismo vem sofrendo grandes golpes, ele continua com sua bandeira estendida. Quero deixar uma palavra para vocês: comprometimento. Precisamos estar comprometidos com nossos ideais”.
Aparecido Bruzarosco, presidente do Sincomerciários de Ourinhos: “Quero externar minha preocupação com o momento do país, com os trabalhadores perdendo tantos direitos. Os congressistas estão tirando nossos direitos. Não podemos admitir. Precisamos colocar no Congresso Nacional os nossos representantes”.
Natal Leo, presidente do Sindicato dos Aposentados da UGT: “Gostaria de pedir para que todos vocês defendam nossos direitos previdenciários. Precisamos ir às ruas contra essas maldades. Os aposentados já vão sofrer com a reforma trabalhista, que prejudica o movimento sindical, nosso grande defensor. Não podemos aceitar a reforma da previdência”.
Secretário-geral da UGT/SP, Francisco Xavier, o Chiquinho do Dieese: “Este congresso nos dá uma oportunidade única para aumentarmos nossa unidade e fortalecer nossas lutas. Juntos, sempre seremos mais fortes. Precisamos, sempre, defender os direitos dos trabalhadores”.
Secretário de política social da UGT Nacional, Chiquinho Pereira, presidente do Sindicato dos Padeiros: “São 14 milhões de desempregados, nossos governantes desmoralizados, não podemos aceitar. O Brasil está de joelhos para o resto do mundo. Entre tantas perdas de direitos com a reforma trabalhista, quero destacar um: a permissão para que as grávidas trabalhem em lugares insalubres. Isso é um absurdo. O trabalho intermitente também é uma vergonha. Não podemos aceitar a escravidão dos trabalhadores, não podemos nos calar, precisamos estar preparados para colocar o país na rota do crescimento novamente”.
Vice-presidente da FecomercioSP, Ivo Dall”Acqua: “O tema desse congresso é muito importante. Os representantes sindicais dos trabalhadores e das empresas precisam se reorganizar perante todas as mudanças que estão por vir. Precisamos de harmonia para atingir os melhores resultados. Os trabalhos estão se modernizando e precisamos nos adequar”.
Ricardo Patah, presidente do Sincomerciários de São Paulo e da UGT Nacional: “Estamos vivendo, no movimento sindical, um momento mais trágico em toda sua existência. Nem na ditadura militar sofremos tanto. A reforma trabalhista, de forma cirúrgica, tenta acabar com o movimento sindical. Precisamos criar estratégias para que isso não aconteça, e esse congresso é uma excelente alternativa para isso. Temos que nos indignar com o que está acontecendo. A riqueza do nosso país está ficando com poucas pessoas, com grandes empresas, e não com os trabalhadores. Isso não está certo. Também não podemos aceitar que a tecnologia tire o emprego dos trabalhadores. A tecnologia precisa ser aliada dos trabalhadores. Precisamos nos unir porque sem recursos não teremos forças para lutar pelos direitos dos trabalhadores. Sem o custeio teremos sérios problemas. Quero que saia uma MP que resolva essa questão. Precisamos do custeio para lutar pelo direito dos trabalhadores”.
Secretário-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio (CNTC), Lourival Figueiredo: “Nesse momento que tentam retirar nossos direitos, precisamos reagir e resistir. Os comerciários de São Paulo podem sempre contar com a CNTC na luta por seus direitos”.